Queria dedicar este capítulo a uma pessoa importante tanto na minha vida como no blog, nos capítulos e nas fics Maria Almeida (Rodríguez) ahahah. Beijinho, já são muitos anos de amizade :)
A
viagem curta até ao carro dos meus pais foi passada a vomitar e com a minha mãe
em pânico, o Nicolás não me largava e o meu irmão nem conseguia olhar para mim,
estava super preocupado. O meu pai só via um único objetivo: levar-me ao
hospital. Vomitei no curto caminho até ao carro uma série de vezes e a minha
cabeça doía, sabia que o mais acertado era ir ao hospital mas sinceramente não
queria, tinha esperança que tudo passasse e não queria estragar o dia de
aniversário da minha avó e tinha esperança que fosse apenas mais um desmaio mas
acabei por aceitar a decisão. Já no carro, o meu pai acelerou como nunca o vi
fazer e a minha mãe quis deitar-me sobre as suas pernas mas eu encostei-me ao
meu namorado, coloquei a minha cabeça sobre o ombro e ele colocou a sua mão na
minha anca e fazia-me festas na cara, ele estava tão ou mais preocupado que a
minha família. O seu coração batia a um ritmo alucinante, batia fortemente e eu
senti pelo seu corpo que tremia, por isso decidi dar a mão a minha mãe que
fazia força sobre ela.
Durante
a viagem ainda paramos algumas vezes para eu vomitar, numa delas o Nicolás saiu
do carro comigo, agarrou-me no cabelo e ficou sempre do meu lado, limpou-me a
boca e depois de entrarmos novamente no carro deu-me uma garrafa de água que
até estava na minha mala, isto ainda se repetiu algumas vezes o que dificultou
a tarefa do meu pai: chegar o mais depressa possível ao hospital. Como o
serviço público é demasiado lento e dispendioso comparado com a privada, a
minha mãe insistiu que fossemos até ao hospital mais próximo: CUF Descobertas,
onde por acaso já estive internada pelos meus motivos, infelizmente não foi a
primeira vez que desmaiei. Enquanto a minha mãe tratava da minha inscrição fui
com os meus homens para a sala de espera, o meu irmão foi comprar qualquer
coisa para eu comer, afinal tinha vomitado tudo o que comi hoje e estar de
estômago vazio não ajudava em nada, o meu pai só chateava os médicos e
enfermeiros para saber quando era atendida e o Nicolás apenas me pegou ao colo
e começou a passear pela sala, tentando que eu me concentrasse apenas nele e
não nas dores que sentia ou no que nos rodeava que me fazia assustar ainda
mais.
Concentrei-me
apenas nele e nos sentimentos que me transmitia, o seu coração abrandou, já não
batia tão forte e rapidamente, a respiração já não era ofegante mas já estava
num ritmo normal, e ele sussurrava-me palavras que me apaixonavam e que faziam
apenas concentrar-me nele:
-Ritinha tu és forte, muito forte e vamos
descobrir o que se passou contigo para curarem-te e nunca mais nos separarem.
– Eu sorri e coloquei as minhas mãos ainda mais aconchegadas no seu peito
enquanto a outra seguiu até ao seu pescoço e dei-lhe um encosto nos seus lábios
com os meus. – Não sabes o susto que apanhei
a ver-te no chão, parece que morri num instante e assim que abriste os olhos
ressuscitei. Senti-me impotente, não
podia fazer nada por ti. – Olhei-o nos olhos e vi que os seus olhos
brilhavam e estava com os olhos húmidos como se estivesse a controlar-se para
não chorar. – Nunca mas nunca mais me
voltes a pregar um susto destes por favor, senti o meu coração parar. – A
sua voz era tão doce mas tão reconfortante, aquele homem só me fazia acalmar. Só
me fazia sentir ainda mais amada e pela primeira vez na minha vida senti que um
homem a quem tinha entregue o meu coração me completava de um modo que a
ciência não conseguia explicar. O seu cheiro, o seu toque, as suas palavras até
a sua respiração me faziam sentir feliz, eu estava feliz, sentia-me nas nuvens,
parecia que o amava loucamente e ao mesmo tempo não temer o futuro mas sim
desejá-lo com uma intensidade indescritível e no meio destes pensamentos acabei
por adormecer nos seus braços.
Só
acordei pouco antes de entrar para uma máquina para me fazerem exames, senti o
Nicolás pousar-me na máquina e a minha mãe do outro lado, para além disso só
via médico e mais médicos e mais alguns enfermeiros, aquelas caras eram todas
estranhas para mim á exceção daquelas duas pessoas. Depois de deitada ainda lhe
dei a mão e sorri-lhe, fiz o exame e depois o médico colocou-me na cadeira de
rodas onde me levou até fazer outro exame mas sinceramente não me lembro,
estava num estado de sonambulismo tal que não entendia nada sequer do que
diziam. Só via a minha família e o meu amado, os médicos só os via desfocados e
não me pareciam bem médicos ou enfermeiros mas sim extraterrestres, não verdes
nem com cores estranhas mas cheios de braços muito mais do que os dois
habituais, desfocados e a falarem uma língua que me parecia estranha mas deviam
falar a mesma que eu: um bom português.
Levaram-me
para um quarto, mal sabia eu o que me esperava mas não tardei em descobrir,
queriam-me colocar um soro mas eu não queria, tinha medo… Aliás pavor de
agulhas! Os médicos tentaram falar comigo calmamente, a minha mãe também, aliás
toda a minha família mas eu não ia desistir tão facilmente, não suportava
sequer a ideia que aquilo me tocasse no corpo, ia gritar, ia fazer um escândalo
mas não me iam colocar aquilo. O Nicolás estava fora do quarto a meu pedido e
não queria de modo algum que ele visse o que iria fazer, tinha medo que o
desapontasse, então a minha mãe chamou-o e ele pediu para todos saírem do
quarto para falar comigo. Sentou-se na cadeira que havia do meu lado e começou
a falar calmamente e pausadamente na esperança que eu entendesse que tudo era
para meu bem, ainda chorei e abracei-o, beijei-o e depois de algumas palavras
ditas pela sua parte consegui entender que era o melhor para mim mas pedi para
ficar do meu lado enquanto o faziam. O enfermeiro colocou a seringa na minha
mão onde teve que ficar mais uns segundos e eu apertava a outra mão no Nicolás,
ele pediu que assim que tivesse medo ou doesse que o fizesse e eu não hesitei.
Eu dizia o mesmo a meninos pequenos mas desta vez foi a maneira de não me
sentir com medo e de me sentir calma quando faziam algo que não me agradava.
Depois
colocaram-me numa maca e levaram-me até ao quarto onde ia ficar internada, mal
me deitei peguei no sono e nem cheguei a entender quem ficava no quarto comigo,
quem lá ia passar a noite. Acordei pouco passavam das 10h, o quarto era um
quarto bastante requintado para um hospital, havia duas cadeiras, cada uma do
lado direito e do lado esquerdo, um sofá bastante grande onde cabiam sem estar
apertados 3 pessoas, uma televisão moderna e uma mesa-de-cabeceira. Estava no
quarto com a minha mãe e o meu pai, mas ele estava deitado no sofá a dormir e a
minha mãe na cadeira do meu lado esquerdo e nada de Nicolás, nem do meu irmão.
Como é normal a minha mãe acordar de mau humor decidi acordar o meu pai que
acorda sempre super bem-disposto, mas falei num tom baixo para não acordar a
minha progenitora:
-Bom dia pai!- o meu pai senta-se no
banco, sorri e abre a boca, sinal de uma noite mal dormida, afinal o sofá não
devia ser tão confortável como parecia. –
Onde está o Nicolás e o mano? – Apesar de ser eu quem estava internada e
com algumas dores eu não deixava de me preocupar com os meus homens, um deles
podia considerar que era um dos homens da minha vida, era o meu irmão, o meu
único irmão, ligados de sangue, desde que nasceu que me orgulho dele e o outro…
Não era bem outro, mas sim um homem que era sem dúvida alguma o homem dos meus
últimos dias de vida, e eu amava-o, e claro precisava do apoio dele, apesar de
estar bem acompanhada pela minha família.
-Bom dia filhota!
Como estás? Ainda tens dores? – Acenei
negativamente com a cabeça, mas era um pouco mentira, visto que ainda me doía
um pouco da cabeça mas nada que com o tempo não curasse. – O Nicolás pouco ou nada dormiu ontem, ficou super preocupado e
sentou-se ao teu lado a olhar para ti e para essas máquinas. – Apontou para
as máquinas que estavam do meu lado que indicavam alguns resultados do meu
corpo, a tensão, a pulsação (…). – Disse-lhe
para ir descansar um pouco em casa, trocar de roupa e ir para o treino, depois
podia voltar. Quando ao Dioguito, pedi ao teu amor para o levar a casa para
mudar de roupa e tomar um banho e depois levá-lo á escola.
-Está bem, podiam ter-me acordado para me
despedir deles, já tenho saudades deles e não os vejo desde ontem! – O meu pai sorriu e eu corei,
acabei de lhe admitir que tinha saudades do meu namorado, sim isto
definitivamente não era normal, estávamos juntos á tão pouco tempo e já
tínhamos chegado a este ponto. – Sabes a
que horas voltam?
-O Nicolás só foi
ao treino porque eu quase que o obriguei e depois de sair de lá vem logo para
aqui. O Diogo mal acabe as aulas vou buscá-lo ou então vem cá ter, ele ainda
não me disse. Espera aí que o teu namorado deu-me uma carta para te entregar.- Tirou do bolso um papel bem
dobrado e entregou-me e eu li-o:
Bom dia princesa =D
Já começa a ser um
hábito escrever-te estas cartas e sempre a dar-te o mesmo recado mas espero que
não te importes, é por uma boa causa, para te lembrares que te apoio e que
estou contigo embora que não fisicamente! Fui ao treino depois de muita
insistência dos teus pais e fui a casa mudar de roupa mas não te preocupes que
farei tudo para não me demorar, quero ver como te sentes hoje e amar-te como te
amei até hoje.
Ontem senti-me tão
impotente quando desmaiaste, senti-me o pior homem do mundo, não podia fazer
nada por ti mas assim que recuperaste os sentidos voltei a sentir o meu coração
bombardear e a mandar emoções para o meu cérebro. Espero que não te importes
pela minha ausência, tentarei ser breve e já agora… Te amo mí reína <3
As melhoras! Um
beijo muito doce do teu homem, do teu namorado a quem lhe roubaste o coração e
que te ama muito, Nico Gaitán”
Mal
acabei de ler a carta sorri e a minha mãe acorda pouco depois, e eu disse-lhes
para irem até casa tomar banho e tratarem da higiene mas eles não quiseram
(teimosos!) mas convenci-os a assim que o Nicolás e o Diogo chegassem que iriam
para casa descansar e que iriam pelo menos por agora deixar-me sozinha enquanto
iam comer qualquer coisa.
Devo
confessar que esperei uma visita, uma chamada ou uma mensagem da Qeu ou
Ezequiel mas nada então decido eu mesma tomar uma atitude, ligo á minha prima
que me atende pouco depois. Ela sabia que estava internada no hospital mas não
queria visitar-me, não conseguia ver-me mal, eu compreendi, nós eramos muito
ligadas e acho que se estivesse no papel dela o mesmo se passava comigo. Por
volta da hora de almoço apareceu o Nicolás e o meu irmão, e os meus pais foram
até casa, cumpriram o prometido e por volta da hora do lanche aparece a minha
avó, que viajou de transportes e sem ninguém saber para me visitar. Mas claro
não foi propriamente para me animar, foi antes para me “chamar á atenção”, ou
melhor… Do jeito dela ser negativa! Eu estava bastante animada, tinha falado
com o médico e ele garantiu-me que até amanhã teria alta e que estava tudo bem,
só tinha que ter algumas consultas nos próximos tempos e que foi só um susto,
que desmaiei por uma quebra de tensão, já não era a primeira vez por isso não
era de estranhar e como sofria deste mal não era incomum. A minha avó disse-me
logo assim que lhe dei a notícia:
-Rita não tenhas tantas esperanças que
tenhas alta amanhã já sabes como são os médicos. Enganam-nos e depois são
demasiado otimistas, não acredites nisso. Se tiveres alta para a semana já é
bom, não te preocupes que estás aqui bem e mais cedo ou mais tarde vão
tratar-te bem. – Fogo!- Pensei eu. Que pessimista avó, os médicos estão me
a tratar lindamente e foi só um susto. Mas não tive coragem para lhe dizer
alguma coisa, fiquei caladinha e focava-me apenas nos aspetos positivos, e
tentava que o que ela dissesse não me afetasse. O meu irmão estava entretido a
ver televisão e nem ouvia, mas o Nicolás que estava ao meu lado já se estava a
enervar com tanto pessimismo e estava já a “bufar” á algum tempo, ele é
bem-educado mas acaba por lhe responder de modo a calá-la. A minha avó sabia
que ele era meu namorado e por isso podia perfeitamente deixar de gostar dele
pela sua resposta mas ele não aguentou e depois de ainda me disse isto:
-Não achas que este rapaz é muito velho para
ser teu namorado? É tão feiozito, e nem fala bem português. Depois ainda é
baixinho e não parece nada simpático. – Eu ia responder, uma coisa era ser
pessimista para mim, outra coisa era “insultar” o Nicolás, podia achar o que
quisesse mas eu não lhe pedi opinião e eu amava-o e era o mais importante,
quanto ao resto nada mais me importava. Mas ele faz-me sinal para não dizer
nada e responde ele…
Que
terá dito Nicolás á avó de Rita?
Qual
será a reação dela? Como ficará a relação deles depois disto? Será que Rita
terá alta?
Olá
ResponderEliminarAdorei!
Só tenho duas palavras:
QUERO MAIS!
Beijinhos
Rita
Obrigada pelo elogio :)
EliminarÉ sempre importante ter a opinião das leitoras !!
Este fim de semana tenciono publicar mais.
Beijinhos, Rita