terça-feira, 27 de novembro de 2012

Apresentações Part 2



Depois de dar as indicações suficientes ao Nico chegamos ao local onde o meu irmão treina, não era um estádio nem um grande clube, era um clube que fazia o meu irmão crescer como jogador e como pessoa e isso era o mais importante, para além disso a Escola Geração Benfica estava presente no clube. Não foi difícil arranjar um lugar para estacionar, existia imensos lugares nas redondezas mas para estacionar um carro como aqueles era preferível ser um sítio mais calmo, mais escondido, assim que estacionamos o Nico saiu do carro a correr e abriu-me a porta e eu agradeci-lhe e depois dei-lhe um beijo no rosto, ele olhou-me querendo demonstrar que queria algo mais do que aquele beijo e eu acabei por lhe fazer a vontade e encostei-o á porta da parte do carro e dei-lhe um beijo bem ousado, bem sentido, só porque não sabia quando o podia voltar a dar. Eu ia estar com a minha família e não queria ousar dando-lhe um beijo nos lábios mas sem dúvida alguma que teria mais algumas trocas de carinhos, como um abraço, darmos as mãos… Agarrou-me no fundo das costas e puxou-me contra ele, e eu agarrei-o no peito, eu amava-o e ele também me amava, talvez estivéssemos a ir depressa demais mas eu não queria saber, eu queria-o só para mim, queria viver aquele amor, queria sentir-me segura, queria sentir-me feliz e ele dava-me tudo o que eu precisava de sentir. Assim que separamos os nossos lábios, ele sorriu e eu senti um arrepio no corpo, não pelo seu toque porque esse ainda me fazia corar mas sim porque senti uma corrente de ar, ele separou as nossas mãos que estavam juntas enquanto ele fechava a porta e foi até ao porta-bagagens e tirou um casaco de malha lindo e deu-me, apesar de nos conhecermos á pouco tempo ele já sabia algumas coisas sobre mim, como por exemplo que sou friorenta, eu beijei-o e sussurrei-lhe ao ouvido:
-Muito obrigada Osvaldo!- ele corou e sorriu. Depois respondeu:
-Oh amor não me chames pelo primeiro nome, faz-me sentir mais velho e ainda só tenho 24 anos! – Sorri e respondi:
-Eu também tenho um primeiro nome que não uso mas não te vou dizer: é segredo! – Sorri e coloquei o meu dedo em cima dos lábios, demonstrando que era segredo.
-Diz lá o teu primeiro nome pequenina. Já sabes o meu.
-Na na ni na não. Vais ter de descobrir sozinho príncipe. – Ele fez ar de amuado e eu não resisti e dei-lhe um beijo rápido nos lábios e acrescentei. – Sabes que te amo meu bem.
-Por acaso não sabia mas gosto que me digas! – Ele estava encostado ao carro e eu estava colada a ele a olharmo-nos olhos nos olhos.
-Ando a mimar-te demasiado minha essência. E tu amas-me?
-Amo-te como amo o ar que respiro! – Sorrimos cumplicemente e depois sai de junto do carro e vesti o casaco que ele me tinha emprestado, era grande para mim como é óbvio mas eu desde sempre que adoro usar roupa de homem, que me fique grande, fazia sentir-me segura e acabo por vesti-lo, ficando mais comprido que o meu próprio vestido. A sorte do casaco é que era preto e ficava bem com o vestido. Mas assim que me viro dou de costas com aquele local, aquele local que eu não gostava… Quer dizer não era bem gostar, simplesmente já passei um dos momentos mais infelizes mas também momentos muito felizes, o Nico estava de mãos dadas comigo e eu abri a boca pasmada, parece que caiu algo muito pesado sobre mim e aperto a mão do Nicolás, ele abraça-me, fez-me sentir ainda mais nas nuvens, eu precisava de um ombro amigo ou do apoio e segurança do meu namorado e ele mesmo sem dizer nada sentiu e deu-me. Aconcheguei-me e ficamos assim durante segundos e ele falou:
-Príncipe obrigada por seres o homem que preciso!- continuei aconchegada nos seus braços, ele respirou fundo e deu-me ainda mais calma, e mais segurança. Ficamos assim durante algum tempo mas depois ele pergunta:
-Amor queres explicar porque ficaste neste estado depois de veres este lugar?
-Acho que não vais querer saber o porquê.
-Só contas se quiseres, não te vou obrigar. Mas acho que se desabafares te sentirás melhor.
-Tens razão mas tenho medo de não me quereres ouvir ou de preferires que não fale sobre o assunto. – Ele separou-nos e deu-me um beijo no rosto, sentou-se á beira do passeio e eu sentei-me ao lado dele, estiquei as minhas pernas e queria encostar a minha cabeça ao seu ombro mas não resisti a olhar-lhe olhos nos olhos, o dia estava a tornar-se noite e os seus olhos eram lindos, ficavam ainda mais de noite, ele olhou-me novamente e eu senti-me corar, aquele homem ainda me fazia corar mesmo depois de namorarmos.

Ficamos assim durante algum tempo mas eu decidi encostar a cabeça ao seu ombro e ele fala:
-Eu quero sempre ouvir a minha namorada, quero e vou sempre querer. Tudo o que te diz respeito também me diz a mim, quer seja do passado, como do presente ou futuro. Eu amo-te e esse sentimento une-nos em todos os sentidos. – Fiquei sem saber o que responder. Mas decidi contar a história daquele lugar:
-Nem todos os homens são perfeitos como tu. Foi naquele local que comecei a namorar com o Francisco. – Sentiu-o encolher e eu não queria voltar a falar mas ele colocou a mão sobre as minhas costas agarrando depois a minha anca. Aí senti-me melhor e continuei a falar. – Eu comecei a namorar com o Francisco e as nos primeiros dias parecia tudo um sonho mas ele começou a tratar-me mal, a fazer-me sentir mal. Humilhava-me e eu deixava, porque amava-o e deixava que tudo acontecesse. Quando fazíamos 3 meses de namoro e farta de tudo o que ele me fazia sentir vim ter aqui com ele e disse tudo o que tinha a dizer, estava farta de sofrer e de ser mandada abaixo, farta de ser humilhada e maltratada. Ele ficou chateado e fez-me sentir a pior pessoa á face da Terra chamou-me imensos nomes e eu senti-me ainda pior. Chorei tanto e sofri tanto e tenho medo no fundo que tu faças o mesmo comigo. – Sentei-me no colo dele e ele aconchegou-me, deu-me um beijinho no nariz e respondeu olhando em frente, e eu olhando para ele, deliciando-me com cada traço daquele homem:
-Eu nunca te faria isso e se ele te fez é porque nunca te amou desculpa ser tão direto mas é verdade. Se ele fosse um ser humano decente não te fazia sentir mal, fazia sentir-te bem, fazia amar-te loucamente mas também te amava do mesmo modo, fazia sonhar-te mas sonhava também. Fazia sentir-te a mulher mais feliz do mundo. Dava-te o mundo se fosse preciso.
-Obrigada por seres perfeito meu bem, por me dizeres coisas lindas e perfeitas que me fazem sonhar mas mais importante: por me fazeres sentir amada e por demonstrares o que dizes sentir por mim. – Abracei-o e de seguida beijamo-nos. Mas entretanto vi o meu irmão do outro lado da rua, corri até ele e puxei o meu namorado até ele, apresentei-os mas meio a correr, o pequeno já estava atrasado para o treino e acho que não entendeu bem quem era o Nicolás, quem era o meu namorado que por acaso era o meu ídolo. Avistei os meus pais a aproximarem-se e senti que o Nicolás ficar envergonhado, apertei-lhe a mão e sussurrei:
-Vai tudo correr bem perfeição! – Ele sorriu e num instante chegaram os meus pais, cumprimentamo-los e fomos até ao treino, apresentei o Nico ao grupo todo de familiares dos outros colegas de equipa do meu irmão, por sorte não eram muitos mas mal o reconheceram começaram a fazer perguntas e respondemos com toda a naturalidade. Algumas mães elogiaram o meu vestido e o modo particular em que estava: para além de apaixonada estava bem-disposta e feliz e o Nicolás estava na mesma, apesar de mal o conhecerem (só conheciam dos jogos, dos treinos e de tudo o que eu tinha partilhado que sabia sobre ele!) sabiam que ele estava feliz e apaixonado ao meu lado. Houve um pai que me deixou mesmo sem jeito, disse-lhe que eu era fã número 1 dele e que sabia tudo a seu respeito, corei e fiquei da cor do meu vestido, era verdade mas não queria que ele soubesse disso. Tentei esconder-me mas ele abraçou-me e deu-me a mão, senti a minha vergonha ir embora. Entre muitas brincadeiras lá acabou a hora do treino e estava na hora do tão temido jantar. Levanto-me para sair das bancadas mas sinto uma quebra de tensão enorme e não tenho onde me segurar ou arranjar forças, desmaio mas acordo minutos depois deitada com todas as pessoas que estavam sobre aquela bancada ao meu redor mas as mais próximas eram sem dúvida o Nicolás, os meus pais e o meu irmão. Eles estavam em pânico! Abri vagarosamente os olhos e senti o meu pai pegar-me ao colo e levar-me até ao carro e irmos a caminho do hospital. Estraguei aquela noite, eu não fiz por mal, eu queria que tudo corresse perfeito mas foi longe disso. Ia no banco de trás com o Nicolás do meu lado esquerdo, a minha mãe do lado direito e o meu irmão e pai na parte da frente do carro, íamos a caminho do Hospital e nem valia a pena reclamar que não era preciso, estava rodeada de teimosos e não iria ganhar. Num instante chegamos lá e estava na hora de verem o que se tinha passado comigo e de verem se estava realmente bem

Como correrá o final de noite no hospital?
Será que vai recuperar bem? O que se terá passado para Rita ter desmaiado?

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